Ao longo da história da CAL tivemos o privilégio de contar com três brilhantes profissionais no desenvolvimento da escola que hoje temos. Sempre contribuindo com conhecimento, carinho e dedicação pela profissão, Yan Michalski, Glorinha Beuttenmüller e Sergio Britto consagraram-se nossos verdadeiros padrinhos.

Em 1982, Yan Michalski é convidado a participar do processo de criação da CAL – Casa das Artes de Laranjeiras, fundada por Eric Nielsen, Gustavo Ariani e Alice Reis. Como coordenador da escola, Yan reúne no cargo toda sua experiência como homem de teatro, professor, crítico e ensaísta, trazendo conhecimentos determinantes na concepção do projeto pedagógico e de filosofia da escola.

Imediatamente após a inauguração, juntaram-se ao projeto nossos queridos amigos Glorinha Beuttenmüller, fonoaudióloga nacionalmente reconhecida e prestigiada por seu trabalho único de pesquisa, metodização e preparação vocal, e Sergio Britto, consagrado ator e diretor que com seu extenso trabalho marcou grandes momentos na história do teatro brasileiro.

Obrigado, amigos! Agradecemos à vida por esses encontros e a vocês pela força e energia que nos faz perseverar.

Viva
Michalski

“Yan foi nosso professor, nosso amigo,
nosso mais importante colaborador nos primeiros anos.

Juntamos nossos sonhos e fizemos a CAL. Yan, com a mesma dedicação, pensava os mais sérios projetos e resolvia os problemas mais chatos do dia a dia. Dedicava a todos, alunos e professores, o melhor de si. Sempre um gentleman.

Uma das personalidades mais influentes da vida teatral carioca, Yan reuniu no seu trabalho de Coordenador da CAL toda a sua experiência de professor e crítico. Imprimiu o seu grande amor pelo teatro, a sua seriedade, o seu humor, o seu espírito inquieto. Ajudou a fazer da CAL uma escola nova, eficaz e atuante.

Assim ele encarava as montagens produzidas na CAL, as quais ajudava a arquitetar como Coordenador, estimulava como Professor e avaliava como Crítico. Sempre presente.

Um grande estímulo para todos, dedicado e atento, uma cabeça sempre pensante, refletindo e vivendo os problemas e alegrias do trabalho teatral.

Sua morte prematura deixou um vazio em todos nós. Mas aqueles que tiveram a sorte de com ele conviver sentem até hoje sua presença na vida que pulsa na escola”.

 

por Alice Reis

 

A Dor do Corte Texto escrito em 1985 por YAN MICHALSKI, na ocasião das primeiras formaturas do Curso de Formação Profissional de Ator
Espaço Yan Mishalski Espaço Yan Michalski

Glorinha,
nossa mestra

“Tenho imenso orgulho de ver a CAL sempre atuante. Isso me faz acreditar que vale a pena investir em teatro quando se acredita nele. Naqueles tempos iniciais, quando Sergio Britto e eu demos o curso inaugural, estava nascendo uma escola de teatro que pretendia ter um alicerce seguro. Hoje é uma escola consagrada e consolidada em seus propósitos.

Particularmente, eu não acredito em concorrência e sim em qualidade de trabalho. A CAL tem essa qualidade e eles se especializaram nisso.

A voz é um instrumento precioso para a comunicação do ator, que tem que compreender que a palavra tem cheiro, forma, imagem e que cabe ao profissional do teatro tocar seu público com um abraço sonoro. Como dedico minha vida profissional ao trabalho de voz e dei apoio vocal a tantos profissionais de teatro, é importante ver que valeu a pena investir naquele espaço que tem dado frutos de melhor qualidade.

Sinto-me orgulhosa de ter sido escolhida como Madrinha e ter podido deixar o meu método também implantado por lá. Sempre participo com observações e sugestões. Batizei de “Mergulho teatral” o curso que hoje faz parte do currículo regular da escola, indiquei o Hermes Frederico para participar da direção. Envolvo-me e acho que tenho ajudado. Sinto-me honrada com o título de Madrinha.”

 

por Glorinha Beuttenmüller

 

salve
sergio

“Quando o Eric Nielsen e o Gustavo Ariani me convidaram para ser sócio do que seria então o Centro de Arte Dramática Sergio Britto, eu lhes disse que não. Eu não tinha disponibilidade de tempo e não sei fazer nada pela metade. Aliás, não sei ser assim em nada na minha vida. O nome, então, foi mudado para Casa das Artes de Laranjeiras, hoje a conhecida CAL. Mesmo não tendo aceitado o convite para ser sócio no empreendimento, acabei inaugurando os cursos ao lado da fonoaudióloga Gloria Beuttenmüller. Depois de seis meses foi montado o espetáculo Exercitando, uma colagem de textos produzidos pelos alunos. Ao final desde curso, foram convidados para assistirem ao espetáculo representantes do Ministério da Educação e Cultura que, ao verem o trabalho que ali se desenvolvia, reconheceram a CAL como apta a formar atores profissionais. Desde então, pelo menos duas vezes ao ano, dou cursos livres na CAL.

Lembro especialmente de um deles, o de 1996, que gerou o espetáculo Memórias do Interior, com um roteiro meu que na CAL era teatro e no Teatro Delfin se transformou em balé. O tema era ligado à memória da alma e do interior do Brasil e falava de uma cidade que estava acabando. Foi uma experiência bastante interessante já que a coreografia do balé, que era do Renato Vieira, obedecia rigorosamente ao jogo teatral. Quem assistia a um ganhava o convite para ver o outro.

Para mim, ser o Padrinho da CAL significa muito. Creio que o aprendizado do ator com as palavras, o aprendizado em colocar sentimentos no personagem, mexer com seu corpo expressivamente, saber usá-lo para comunicar a vida física do seu personagem, já é teatro. Teatro em estado puro. Teatro como música, que está começando a ser composta. A CAL, durante todos esses anos, vem reproduzindo diariamente por muitas horas o ato de fazer e refazer o ‘ato teatral’.

Salve a CAL, lugar de arte.”

por Sergio Britto

 

Presença Fundamental na História da CAL Texto escrito por Daniel Schenker para o Projeto Sergio Britto • Memórias
Sergio Brito

Portal Sergio Britto Memórias

Foram entregues à sociedade brasileira, mas precisamos dar continuidade a esse trabalho, preservando e inserindo novos materiais sobre Sergio Britto disponíveis e não trabalhados, bem como buscar a manutenção ótima desses dois produtos culturais estratégicos para a formação de novos atores e para o crescimento cultural do país.

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