Unidade CAL Glória
Espaço Sergio Britto
“O Grande Balcão é conhecido no mundo inteiro. É a casa de ilusões mais honesta e sábia..."
Estar em sociedade é viver em disputa. A tensão entre forças - dominantes e dominados - está o tempo todo permeando nossas relações e desejos. Escrita por Jean Genet há mais de 60 anos e desde então uma sensação da dramaturgia, O BALCÃO escancara a ânsia por poder e prazer que marcam a vida em sociedade. A história se passa em um bordel, mas trata-se de uma alegoria: em um lugar onde as fantasias podem se realizar, podemos ser - e fazer - o que de fato desejamos quando não estamos sob o manto da moral civilizatória. É neste balcão sem censura que a igreja, as forças armadas e o poder judiciário são escancarados. Em uma colagem com o Brasil atual, a adaptação expõe as falcatruas e imoralidades de sempre nos papeis assumidos por nossos políticos, juízes, pastores e imprensa… Enquanto lá fora, o povo planeja uma revolução.
A turma TEC.L não poderia estar em melhor companhia neste ciclo final de formação. O texto potente e a direção de Renato Rocha vai permiti-los viver uma experiência cênica inesquecível. Entrar em cena para fazer um espetáculo sobre a vida nua e crua.
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Com a palavra, o diretor.
“(...)a peça traz à cena os arquétipos da dominação e do poder, nas relações putrefatas entre o estado, a igreja, as forças armadas e o judiciário, que ganham novas dimensões dentro desse bordel-casa de ilusões de fetiches, prazeres e fantasia sexuais. Lá fora, uma revolução está em curso. Lá dentro as personagens manobram para não perderem seus espaços de poder. Hoje, 2024, talvez não estejamos tão distantes desse cenário.
O teatro, com suas múltiplas formas, nos relembra sua função social. Nos move, provoca, sensibiliza e faz refletir o mundo contemporâneo. Desde que comecei a fazer parte do corpo docente da CAL, me interessa fazer desse espaço pedagógico um lugar de experimentações. Tensionar o fazer teatral, trazer em cada montagem novas possibilidades de interfaces entre o teatro e as plataformas híbridas.
Desta vez, decidimos retornar a sua essência. O ator, o texto, a palavra, seu corpo em cena, a presença, as relações que se estabelecem no espaço vazio e o transformam, o olhar atento dos espectadores, o risco de se trazer jovens formandos ao universo de Jean Genet.
Como já diziam os mestres muito antes de mim, teatro é processo.(...)”
Jean Genet
Renato Rocha
Valéria Martins
Marina Salomon
Wilson Reiz
Johnny de Castro
Ciça Troccoli
Fábio Freitas
Luca Matteo
Giovanne Amaral
Jayme de Souza
Nilson Souza
Rita Ariani
Pablo Henriques
Clara Ponciano
Marcia Quarti