3X TRAGÉDIA : Édipo, Antígona e Medéia

 “O mesmo sangue que me deu vida, me tirou a vida, e me fez criminoso”

Clássicos eternos. A humanidade continua recorrendo a eles para contar histórias e estruturar narrativas. Sob direção de Marcus Alvisi, a turma BT46 foi na fonte de algumas das dramaturgias gregas que definiram o mundo ocidental. Serão atores e atrizes diferentes depois disso. A montagem reúne os textos:

> Édipo Rei (Sófocles): Édipo, o rei de Tebas, tenta salvar sua cidade de uma praga. Ao investigar a causa, descobre que, sem saber, matou seu pai e casou-se com sua mãe, Jocasta. A tragédia revela como o destino, inevitável e cruel, se cumpre, levando Édipo à cegueira e ao exílio.

> Antígona (Sófocles): Antígona desobedece a ordem do rei Creonte e enterra seu irmão Polinice, desafiando a lei em nome dos deveres familiares e religiosos. Sua atitude leva à prisão e morte, refletindo o conflito entre leis divinas e humanas.

> Medeia (Eurípedes): Após ser traída por seu marido Jasão, Medeia busca vingança, matando seu rival, o rei Creonte e, tragicamente, seus próprios filhos. A peça aborda temas como a vingança extrema e a marginalização das mulheres."

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Com a palavra, o diretor

“A primeira ideia junto a essa turma, nesse segundo semestre de 2024, era montar a Trilogia Tebana. Porém, falando em Grécia com ninguém menos do que o próprio Hermes, uma modificação significativa ocorreu: trocar Édipo em Colono por Medéia. Por ser uma turma com muitas mulheres e poucos homens.

Assim foi. Saí desta reunião com a cabeça fervendo, sob um sol de quase 40 graus. Pois não existe mais um fio de cabelo em minha cabeça. Então, vocês podem imaginar como ficaram as poucas felpas que sobraram. O Paradoxo: muito feliz, porque são peças que amo e apavorado, tal a magnitude da tarefa. (...)

Aristóteles refere-se a Édipo Rei como exemplo de perfeição estética, citando-a várias vezes em sua Poética. Do mesmo modo faz menção a Antígona destacando a excelência da composição do enredo e explica a sutil diferença entre a emoção trágica “adequada” e outras emoções.

Laurence Olivier, o grande ator inglês, disse em sua biografia, que só se sentiu ator de verdade depois de fazer Édipo Rei no teatro. Mesmo após ter feito quase todos os protagonistas escritos por W. Shakespeare, em sua rica trajetória nos palcos e no cinema. Por isso, não só por isso, propus a essa turma, além de Édipo, contar mais duas histórias do mesmo quilate num só espetáculo. Essas atrizes e atores em formação, apenas por aceitarem o desafio, merecem todos os nossos aplausos!”

Marcus Alvisi