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2024.1 Bacharelado de Teatro Encenação 03 BT45

LISÍSTRATA, A GREVE DO SEXO

de Aristófanes
Direção Marcus Alvisi

01 A 05 JUL
seg a qui 13h . sex 10h + 13h

Unidade CAL Glória

Rua Santo Amaro 44

Sala G2

“Por tudo isto, vim aqui trazer a Atenas o meu melhor conselho. Não é um crime ter nascido mulher, e minhas palavras devem ser seguidas se puderem curar os nossos infortúnios.”

É impossível ter uma formação em Teatro completa sem passar pelos clássicos. E quando falamos de clássicos, devemos buscar a fonte. Fechando o 4º período da graduação na Faculdade CAL de Artes Cênicas, a turma BT45 preparou uma montagem de “Lisístrata, A Greve do Sexo”, de Aristófanes, sob direção e adaptação de Marcus Alvisi.

Uma comédia dentro da tragédia. Comédia, nas relações das mulheres com os homens. Tragédia, nas relações dos homens com as mulheres. Diferença crucial, uma inversão no movimento de rotação da terra, desta terra chamada Grécia.  Escrita em 411 a.C. essa é uma peça que contrapõe a forma que o mundo opera quando os homens estão no comando das ações; de outra quando as mulheres tomam a iniciativa. Distinção posta com clareza em Lisístrata através de seus episódios. 

O tema aqui é o movimento de senhoras e senhoritas da Grécia Antiga para terminar com a guerra. As mulheres desejam com volúpia a paz para trazer seus cônjuges de volta para casa. Os homens insistem ardentemente na continuidade do conflito e na matança de concidadãos, usando o fogo como ameaça para silenciar as mulheres. Sob o comando de Lisístrata, elas retrucam com a água para afogar o apetite de matar. Que posição vai prevalecer? 

. . .
Com a palavra, o diretor.

“(...) A simbologia entre fogo e água também caracteriza um ponto de tensão nessa comédia pacifista - mesmo que de pacífica sobre pouca coisa. A água, que penetra nas arestas mais finas, dentro e fora de todos nós, deve eclipsar o fogo? Apagar o desejo de matar seres humanos por outros seres humanos? Ou, pelo menos, substituir o anseio de matar pela vontade sexual? Esses questionamentos extremamente ordenados são da personagem Lisístrata, que, como estratégia de luta, programa uma greve do sexo. Nenhum contato enquanto não cessar a guerra!

Lisístrata não está lutando por pouco. O enredo remete às circunstâncias de um fato histórico, em 415 a C. Uma guerra que, em caso de vitória, facilitaria a Atenas o acesso ao outro lado do Mediterrâneo. No entanto, e para o bem da democracia, a derrota foi vergonhosa. A oligarquia ateniense do período estava mergulhada em múltiplos complôs e manobras políticas desestabilizando a organização da cidade-estado.

De pacífico sobra pouca coisa. O ódio e a aversão às mulheres estão presentes de maneira desconcertante nos homens assombrosamente misóginos, sexistas e machistas. Personagens que saíram da Caverna de Platão, mas parecem ter carregado suas sombras nas relações com aquelas que seriam suas companheiras. Sombras, penumbras que permanecem no século XXI. Recentemente, um jogador de futebol, disse à Luana Piovani tudo, ipsis litteris, que os homens falam às mulheres em um texto criado quatro séculos antes de Cristo. Também não podemos esquecer de outro polêmico tema das últimas semanas: a PL do estuprador. Tratar as mulheres, às vezes crianças, como assassinas é, no mínimo, perverso. E quem propôs essa lei ainda tem a sordidez de dizer que está protegendo a vida. Mas, quem de fato será punido? O homem ou a mulher?

Os gregos nos ofereceram tudo para uma civilização plural. A filosofia, a arte, a arquitetura, a política e um teatro assombroso. Este moldou, grosso modo, todo o teatro desde então e se mantém mais de dois mil anos depois. Nada é tão impactante em termos de dramaturgia como um assassino que investiga o próprio assassinato, em Édipo Rei, de Sófocles. Do mesmo modo, a imagem de Medeia, de Eurípedes, rompendo o espaço no carro do sol como um deus ex-machina aguça sobremodo nossa imaginação. (...)

Marcus Alvisi

  • Texto

    Aristófanes

  • Direção e Adaptação

    Marcus Alvisi

  • Traduções

    Mário da Gama Cury

    Millôr Fernandes e

  • Assistentes de Direção

    Marco Áureo

  • Coreografia

    Soraya Bastos

  • Equipe Figurino

    Lara Arantes

    Laís Serra

    Rafael Freitas

  • Trilha Sonora

    Marcus Alvisi

    BT45

  • Sonoplastia

    Lara Arantes

  • Projeto Gráfico

    Guilherme Chaffin

    Rita Ariani

  • Equipe Programação Visual

    Amanda McConkey

    Guilherme Chaffin

    Helena Guaritá

  • Equipe Midias Sociais

    Dudu Kossatz

    Ennio Romaguera Louro

    Mariana Marins

  • Coordenação de Design e Comunicação

    Rita Ariani

    Andrea Martinz

  • Fotos do Elenco

    Bettina Loretti

    Dudu Kossatz

  • Direção de Produção

    Sônia Machado

  • Realização

    CAL

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Elenco


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