Espaço Yan Michalski
Unidade CAL Laranjeira . Rua Rumânia 44
“É esperar a vida inteira pelo bicho que mais dia ou menos dia ele apita na curva e a gente embarca.”
Tudo neste espetáculo busca transpor o espectador de um teatro, para uma verdadeira viagem de trem no subúrbio carioca. Da concepção cênica utilizando a arquitetura da Sala Yan Michalski, cenário, cores, texturas, até a sonoplastia, somada à corporeidade e movimento dos alunos/atores, torna esta uma experiência única. Adaptado do texto original de João das Neves, icônico encenador brasileiro, a peça dividida é aqui em 2 atos, introduzindo de maneira sucinta os dramas pessoais de cada personagem, para em seguida, os colocar juntos, em conflito, nesse trem dito desgovernado.
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Sinopse
O cotidiano dos moradores das periferias cariocas é representado aqui pela metáfora de um trem desgovernado, cujas condições precárias emulam a própria rotina desumana de seus passageiros, que encontram nos trilhos o caminho para se deslocar em uma cidade desigual. Inicialmente, percebem-se os conflitos pessoais dos personagens e a espera infindável pelo trem. Em seguida, os personagens são deslocados para o interior dos vagões e o conflito que se instaura é encontrar formas de parar o trem e sobreviver à uma tragédia. Escolher entre a vida e a morte, seguir um herói, ou sua própria fé, serão as decisões que precisam ser tomadas.
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Com a palavra, o diretor
“Montar “O ÚLTIMO CARRO” é um grande prazer e um grande desafio, já que se trata de um texto histórico que deu origem a uma montagem histórica. Desde o início do processo, fiz questão de que pensássemos sempre em descobrir a nossa versão desse enredo tão forte. O texto original foi escrito por João das Neves (1935/ 2018), autor que se notabilizou por um engajamento político legítimo, lançando ideias e desafios em plena ditadura militar. Vencedor do Seminário de Dramaturgia Carioca em 1967 e só montado dez anos depois, o texto foi criado em meio às viagens de trem que o autor fazia quando dirigia o Teatro Artur Azevedo, em Campo Grande, Rio de Janeiro. Todos os personagens, segundo ele, foram seus companheiros nas viagens diárias de trem pela Central do Brasil. São mendigos, operários, prostitutas, marginais... Nossa versão é uma livre adaptação, mas que busca ser fiel ao universo retratado pelo autor na época. Segundo o próprio João das Neves “é o universo dos ‘emparedados’ pelos vagões da Central ou Leopoldina ou qualquer via férrea por este Brasil afora. Um Universo trágico, regido pelos deuses cegos de um Olimpo sem grandeza, num mundo que não produz mais heróis porque o heroísmo está encravado na luta cotidiana pela sobrevivência ”. É o povo brasileiro no centro do palco.”
João das Neves
João Batista
Claudia Mele
Monica Karl
Wilson Reiz
Octavio Vargas
Lucas Bastos
Samen dos Santos
Camila Almeida
Haroldo Cabussú
Lina Mancuso
Lucas Alves
Raíssa Lucca
Sarah Carvalho
Daphne Satine
Gabriel Roma
Lara Benício
Letícia Kiebitz
Rosa Saad
Sol Rimes
Vivian Halbouti
Octavio Vargas
Arthur Martins
Letícia Braga
Luiz Auler
Pietro Alves
Sol Rimes
Ana Parreira
Milton Maciel
Joás Souza
Rita Ariani
Luis de Oliveira