Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17
Centro . Rio de Janeiro
Poema trágico de García Lorca, escrito em 1934, Yerma ganha nova montagem, com direção de Antônio Gilberto e um elenco com 15 jovens atores formados pela CAL, a partir do dia 14 de novembro no Teatro Dulcina. O espetáculo leva ao palco a tradução de Cecília Meireles para uma das últimas criações do dramaturgo espanhol assassinado pelo regime político do ditador Francisco Franco. A ação de YERMA se passa no meio rural, em meio a costumes em que não faltam a poesia e as conversas cotidianas onde se inserem personagens simples, que fazem parte desta história sobre a maternidade frustrada
Yerma é uma tragédia, como se esforçou para caracterizar Garcia Lorca, escrita logo depois dos anos que o poeta passou com Lá Barraca, companhia ambulante que apresentava textos clássicos espanhóis para plateias populares. Uma tragédia em que um apelo da "natureza" , a maternidade, conflita com uma exigência da "honra" da família. Yerma deseja um filho que o marido não lhe permite ter. Mas ao mesmo tempo se nega a traí-lo.
SINOPSE:
Yerma é uma mulher que vive o drama de não poder conceber um filho. Busca de todas as formas engravidar e enfrenta a indiferença do marido, Juan, que não demonstra nenhum interesse em compartir da sua angústia.
Obstinada, Yerma participa, contra a vontade do marido, de um ritual na casa de uma curandeira, para invocar a maternidade, o que provoca grande discussão entre os dois. Desesperada, Yerma descobre que o seu marido não deseja ter filhos e, enlouquecida entre o desejo de conceber um filho e a sua impossibilidade, ela o estrangula.
O Espetáculo
A concepção do diretor Antonio Gilberto prioriza a exposição do jogo teatral entre os 15 atores que atuam no espetáculo, revelando para o público a coxia, onde os atores se preparam e aguardam para entrar em cena e apresentar a história de YERMA. Todo o mecanismo do fazer teatral, essa arte da mentira construída através da verdade, está à mostra para o público, trazendo o metateatro como linguagem da encenação. O público vai assistir os personagens em cena, mas também aos atores, na coxia, se preparando, para entrar em cena. A montagem deste texto de García Lorca tem como objetivo promover a reflexão por parte dos espectadores sobre temas atuais relacionados à questão da mulher na sociedade ocidental, que envolvem a opressão social, sexual, religiosa, o machismo e o adultério, entre outros temas que autor trabalhou nesse texto de forma poética e crítica.
O realismo essencial, uma forma concisa e objetiva de encenar, foi a base da criação desta montagem de YERMA. O trabalho do ator foi priorizado, principalmente no que se refere ao uso da palavra, como signo principal do espetáculo, não diminuindo a presença e importância dos demais signos que fazem parte do espetáculo como a música (executada ao vivo), figurino, cenografia e iluminação.
Federico García Lorca
Cecília Meireles
Antonio Gilberto
Aurelio De Simoni
Ronald Teixeira
Marluce Medeiros
Rose Gonçalves
Sergio Otero
Felipe Prado
Joel Tavares
Silvio Garcia
Ana Gaio
Isabella Manhães
Rita Ariani
Pablo Henriques
Marcia Quarti